domingo, 28 de agosto de 2011

A DEUS

PARA ALGUNS, NÃO É PRECISO DAR ADEUS...NUNCA ESTIVERAM
PARA ALGUNS NÃO É PRECISO DAR ADEUS, SEMPRE ESTARÃO
PARA ALGUNS ADEUS É PERENE
PARA ALGUNS ADEUS, É EIRENE - PAZ- EM GREGO
PARA ALGUNS ADEUS É TRISTE FIM
PARA ALGUNS ADEUS É VOLTAR À DEUS
PARA ALGUNS ADEUS ATÉ QUE ESTE NÃO É TÃO RUIM
ADEUS ALGUNS, ADEUS. SOMENTE ESTEJA LÁ QUANDO EU CHEGAR

TEMPORAL

ÉRAMOS JOVENS, VELOZES, FORTES,
INQUIETOS E ARROGANTES, JOVENS
BONITOS?
VENDO AS FOTOS HOJE
ÉRAMOS FEIOS...
HOJE SIM HÁ MAIS BELEZA
POIS NÃO HÁ MAIS HIATO ENTRE
O DENTRO E O DESCOMEÇO
CRESCEMOS
FORAM-SE AS ESTAÇÕES DAS DORES
EM QUE TODA PRIMAVERA É RECOMEÇO
MAS
SÓ CRESCEMOS NO OUTONO, POIS É
QUANDO AS FOLHAS CAEM E FICAMOS NÚS
DE TODO PENSAMENTO
VENHAM OUTROS OUTONOS INTERMINÁVEIS
JUVENTUDES D’ALMA
ARROGANTE SABEDORIA E A INQUETAÇÃO
REBELDE QUEM NÃO HÁ DE SOFRER OUTRA VEZ
JAMAIS

GREVE

ESTOU EM GREVE
NÃO FALO,
NÃO PENSO
NÃO COMO
NÃO AJO
NÃO TOMO
NÃO FAÇO
NÃO ANDO
NÃO EXISTO NO ESPAÇO
SÓ ESTOU
SÓ SOU EU ASSIM
EM GREVE DE NÃO SER

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Equinócio


No extremo oriental do meu ser
no equinócio entre mente e coração
tudo é igual
jazem torrentes incessantes  de
luzes  nas pálidas montanhas, ofuscam
 o cenário alvo no silêncio vertiginoso
conduzem em delírio a visão indefesa
ante a imantada beleza  [...]
 na visão do vôo d’áquila um augúrio pacífico
e monástico um canto sem rima e vitorioso
desperta em profusa alvorada do novo pensar,
como o sol no horizonte da idéia tornando pérola a
montanha, no extremo oriental de meu ser.

Frederico Almada

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Pra que


Pra que um corpo se minhas mãos me bastam... Pra que dedos se tens unhas para um carinho. Pra que olhos se vejo bem em tua alma, pra qu, pra que? Pra que tanto prazer se vivo em êxtase consentido e sentido... Pra que pernas se meus pés me põe em pé e calcam o chão... Pra que vergonha se nasci despido de mim... Agora me tinjo de cores só querendo lembrar quem sou, ainda sim as cores me agradam, mesmo que eu mepergunte; pra que? 


Frederico Almada

quarta-feira, 6 de abril de 2011

SEM PRESSA


Não, eu não gosto dessas coisas modernosas cheias de velocidade
veículos velozes, imagens velozes, comunicação veloz.
Ninguém mais tem menos pressa...
Quem ainda põe acento em palavras e se assenta para ver as estrelas, marcando asteriscos e notas de rodapé 
 em pensamentos de post scriptum
ou ver as nuvens só por vê-las desenhando carneirinhos?
todos querem ir a algum lugar, fazer rápido o que querem fazer
e depois esquecer que fizeram ou se gabar de terem feito
 e como conseguiram fazer.
Sou no lento fazer na vigília morosa da idéia, a morosa e delicada
concepção de que é melhor pra alma ir mais além e divagar...

domingo, 3 de abril de 2011

UNI

Quando se sente a unidade, qualquer ilusória distância parece a alma dividida, parece aceno de partida, parece um aperto que não é dor.
Se entre a noite e o alvorecer, um estrondoso silêncio percorrer,
que venha a certeza branca, na luz do sol que ilumina e encanta
a beleza do uniser!