segunda-feira, 18 de abril de 2011

Equinócio


No extremo oriental do meu ser
no equinócio entre mente e coração
tudo é igual
jazem torrentes incessantes  de
luzes  nas pálidas montanhas, ofuscam
 o cenário alvo no silêncio vertiginoso
conduzem em delírio a visão indefesa
ante a imantada beleza  [...]
 na visão do vôo d’áquila um augúrio pacífico
e monástico um canto sem rima e vitorioso
desperta em profusa alvorada do novo pensar,
como o sol no horizonte da idéia tornando pérola a
montanha, no extremo oriental de meu ser.

Frederico Almada

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Pra que


Pra que um corpo se minhas mãos me bastam... Pra que dedos se tens unhas para um carinho. Pra que olhos se vejo bem em tua alma, pra qu, pra que? Pra que tanto prazer se vivo em êxtase consentido e sentido... Pra que pernas se meus pés me põe em pé e calcam o chão... Pra que vergonha se nasci despido de mim... Agora me tinjo de cores só querendo lembrar quem sou, ainda sim as cores me agradam, mesmo que eu mepergunte; pra que? 


Frederico Almada

quarta-feira, 6 de abril de 2011

SEM PRESSA


Não, eu não gosto dessas coisas modernosas cheias de velocidade
veículos velozes, imagens velozes, comunicação veloz.
Ninguém mais tem menos pressa...
Quem ainda põe acento em palavras e se assenta para ver as estrelas, marcando asteriscos e notas de rodapé 
 em pensamentos de post scriptum
ou ver as nuvens só por vê-las desenhando carneirinhos?
todos querem ir a algum lugar, fazer rápido o que querem fazer
e depois esquecer que fizeram ou se gabar de terem feito
 e como conseguiram fazer.
Sou no lento fazer na vigília morosa da idéia, a morosa e delicada
concepção de que é melhor pra alma ir mais além e divagar...

domingo, 3 de abril de 2011

UNI

Quando se sente a unidade, qualquer ilusória distância parece a alma dividida, parece aceno de partida, parece um aperto que não é dor.
Se entre a noite e o alvorecer, um estrondoso silêncio percorrer,
que venha a certeza branca, na luz do sol que ilumina e encanta
a beleza do uniser!